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O manejo correto de plantas daninhas pode evitar perdas de 30% na produtividade das lavouras, atingindo até 70% em casos extremos. Em um cenário hipotético de proibição do uso do glifosato, a agricultura brasileira perderia o principal aliado no controle de cerca de 150 espécies invasoras que afetam as plantações e podem provocar redução da disponibilidade de alimentos e matérias-primas agrícolas.
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Crédito: GIPEG (Grupo de Informação e Pesquisas sobre Glifosato) – www.glifosatoinfo.org
O Glifosato, ou N- (fosfonometil) glicina, é um dos herbicidas de amplo espectro mais utilizados do mundo e é responsável por cerca de 25% do mercado global de herbicidas. Os herbicidas são frequentemente utilizados na agricultura, porque são uma maneira simples e econômica de controlar as plantas daninhas que competem por luz solar, água e nutrientes com as lavouras, causando grandes perdas na produtividade, além de abrigar insetos e animais transmissores de doenças. Estima-se que a redução causada por plantas daninhas na produção das culturas no Brasil seja da ordem de 20 a 30%, podendo chegar até 90% em casos extremos.
O principal uso do glifosato é na agricultura, mas em alguns países ele também é usado para controlar plantas daninhas em jardins, em áreas não cultivadas, como complexos industriais, linhas ferroviárias e também no controle de plantas aquáticas invasoras.
O glifosato foi introduzido pela primeira vez em 1974 sob o nome comercial “Roundup” e atualmente é produzido e comercializado por mais de 50 empresas em mais de 160 países, sob diversos nomes comerciais.
O glifosato é pulverizado sobre as ervas daninhas em uma solução diluída e é rapidamente absorvido pelas plantas. Ele funciona através do bloqueio de uma via metabólica que é essencial para o crescimento da planta. Esta via está presente em todas as plantas, mas não existe nos animais, o que torna o glifosato um herbicida de alta eficiência de largo espectro e contribui para a sua baixa toxicidade ao homem e aos animais. As características físico-químicas do glifosato indicam que esse produto apresenta um baixo impacto sobre o meio ambiente.
Outra razão pela qual os produtos de glifosato são ferramentas populares no manejo de culturas é porque permitem que os agricultores semeiem diretamente em campos com vegetação residual sem a necessidade de fazer o revolvimento do solo, conhecido como plantio direto. O glifosato substituiu o controle mecânico de plantas daninhas em muitas culturas e tem sido uma importante ferramenta para a melhoria das práticas agrícolas e o rendimento das culturas ao longo das últimas décadas.
Dentre as várias moléculas químicas que são atualmente comercializadas com a finalidade de controlar as diferentes espécies de plantas daninhas, reconhecidamente, o glifosato tem um papel considerado de grande significância para a agricultura em todo o mundo.
1- O que é glifosato? O glifosato é um herbicida de amplo espectro, o que significa que ele é capaz de controlar a maioria das plantas daninhas. Os herbicidas são utilizados pelos produtores rurais de todo o mundo para evitar que o desenvolvimento de plantas daninhas diminua a produtividade das lavouras. Nas plantações, as plantas daninhas disputam luz solar, água e nutrientes com as lavouras, além de abrigar insetos e vetores de doenças que também podem reduzir a produtividade agrícola.
2- O Brasil é o maior consumidor de praguicida no mundo? Não temos esse dado. O que sabemos é que o Brasil é o maior país produtor de alimentos em zona tropical do mundo, com cerca de 260 milhões de hectares ocupados por lavouras e pastagens, por possuir condições ótimas para o crescimento das culturas agrícolas. No entanto, essas mesmas condições propiciam o desenvolvimento de populações de diversas espécies de plantas daninhas, insetos-praga e doenças, que necessitam ser controlados por meio de praguicidas . Esse cenário explica por que, nos últimos anos, vimos crescer a pressão de várias pragas e doenças, como a lagarta Helicoverpa armigera e a ferrugem asiática, sendo necessário um maior número de aplicações. As condições únicas da agricultura brasileira também dão outra grande vantagem ao país: poder plantar e colher duas ou três safras por ano em uma mesma área. Para proteger todas essas safras, é necessário usar praguicidas em cada uma delas – a soja plantada no verão e o milho no inverno, por exemplo.
3- Quantas são as empresas que comercializam o glifosato no Brasil? Atualmente, cerca de 50 empresas possuem produtos que têm o glifosato como ingrediente ativo registrados junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
4- O glifosato causa câncer ou outras doenças em quem aplica e em quem consome? Não há nenhuma evidência científica que demonstra qualquer relação de causalidade entre o uso do glifosato e aumento da incidência de câncer. As agências regulatórias mais exigentes do mundo, como a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) e o Instituto Federal de Avaliação de Risco da Alemanha (BfR) concluíram que o glifosato é um produto seguro quando seguidas as doses e recomendações de uso presentes nas bulas e nos rótulos. Para estar no mercado, todo praguicida , incluindo o herbicida glifosato, precisa atender padrões rigorosos determinados por agências regulatórias de cada um dos países, visando proteger a saúde humana e animal e o meio ambiente. Para aprovar o registro do glifosato, essas agências avaliam uma grande quantidade de estudos.
5- Se o glifosato é seguro, por que a Agência Internacional de Pesquisas sobre Câncer (IARC) classificou o glifosato como “provavelmente carcinogênico”? A Iarc realiza apenas a classificação do perigo de substâncias químicas, o que difere completamente da avaliação do risco realizado pelas agências regulatórias. Ou seja, a Iarc avalia se a substância pode ser ou não ser perigosa (independente da quantidade utilizada – 1g ou 100kg , via de exposição, etc). Já a avaliação das agências regulatórias envolve um estudo aprofundado de todas as evidências científicas disponíveis, uma análise qualitativa dos fatos e, principalmente, uma análise quantitativa do risco; o que não é realizado pela Iarc e representa uma análise muito mais completa.
Os sistemas regulatórios mais robustos e rigorosos do mundo, como os da União Europeia e dos Estados Unidos, que não encontraram no glifosato riscos de causar câncer em seres humanos após revisões extensas de testes de longa duração. A Iarc chegou a essa conclusão após analisar um número pequeno de estudos, muitos dos quais já avaliados por essas e outras agências regulatórias de diferentes países. O exemplo mais recente que podemos mencionar é a conclusão da avaliação de risco feita pela agência de avaliação de risco da Alemanha, a BfR.
Vale ressaltar ainda que muitos dados científicos sobre o glifosato não foram levados em conta pela Iarc; que ela não é uma agência regulatória e que a classificação feita pela entidade não significa que o glifosato é cancerígeno. Mas o mais importante é que a classificação da Iarc diverge das avaliações complexas dos inúmeros estudos disponíveis realizados e analisados por cientistas e agências regulatórias de todo o mundo.
6- O glifosato é o praguicida mais usado na agricultura? Sim. O glifosato é uma das moléculas mais eficientes entre os herbicidas já introduzidos no mercado para o controle de plantas daninhas e, por isso, ele é usado em todas as principais áreas agrícolas do mundo. Entre suas características estão o amplo espectro de ação, a alta eficiência e o reduzido impacto no meio ambiente e na saúde humana.
7- O glifosato está sendo banido de outros países? Não. Assim como outros químicos comerciais, o glifosato passa por reavaliações periódicas. Atualmente, é comercializado por mais de 50 em mais de 160 países.
8- Quais são os órgãos que aprovam a utilização de agrotóxicos no país? No Brasil, os praguicidas passam por um amplo processo de avaliação. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é o órgão federal encarregado de avaliar os riscos dos agrotóxicos à saúde, e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) avalia os riscos dos produtos para o meio ambiente. Por fim, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) avalia a eficiência agronômica e concede o registro quando o produto está aprovado nas diferentes avaliações.
9- O glifosato pode ou deve ser banido em uma reavaliação da Anvisa? O glifosato, assim como diversos outros princípios ativos de praguicidas , encontra-se em processo de reavaliação, conforme determina a legislação brasileira. A reavaliação é um processo normal, realizado por agências regulatórias de todo o mundo. No Brasil, um grupo de aproximadamente 50 empresas que possuem registro de produtos à base de glifosato foi formado para colaborar com o processo de reavaliação da Anvisa.
Embora a reavaliação continue em andamento, a Anvisa informou recentemente que a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que preparou as análises dos defensivos em reavaliação, não recomenda o banimento do glifosato do mercado brasileiro, sendo essa mais uma importante informação sobre a segurança do produto.
10- Por que o cultivo de transgênicos faz aumentar a aplicação de agrotóxicos? A proposta não é diminuir? Sim, as sementes transgênicas racionalizam o uso de praguicidas , por meio de duas características principais: proteção contra insetos, que muitas vezes substitui os inseticidas como forma de controle; e tolerância a herbicidas, para o controle de ervas daninhas.
Não se pode simplesmente associar o aumento no uso de praguicidas no Brasil ao crescimento do plantio de sementes transgênicas. Nos últimos anos, o Brasil viu aumentar a pressão de pragas e doenças (como a lagarta Helicoverpa armigera e a ferrugem asiática), aumentou a área plantada e intensificou o uso de tecnologia, resultando em um grande aumento da produtividade. Ou seja, sem a adoção da biotecnologia, é possível que a utilização de defensivos agrícolas tivesse crescido mais.
O levantamento da literatura sobre mudanças no uso de praguicidas com a adoção das culturas transgênicas mostra que a alternativa convencional invariavelmente resulta em níveis mais altos de uso de praguicidas do que os que existem atualmente com as culturas transgênicas. Isso significa que se, de um lado, o uso total de praguicidas com as culturas transgênicas no mundo aumentou nos últimos anos, provavelmente teria aumentado ainda mais se, em lugar dessas culturas, fossem utilizadas culturas convencionais (não modificadas).